12 fevereiro 2007

Finalmente!!!

Satisfação e alívio, um grande alívio, é o que sinto neste momento, finalmente!!!
9 anos foi o que chegou para mudármos e rejuvenescermos. 10% dos votantes mudaram de opinião, resolveram desenterrar a cabeça da areia e encarar os problemas de frente... felizmente!!!

11 fevereiro 2007

A nossa imagem

O referendo em Portugal não tem passado despercebido nos media franceses e suiços. Falam de sermos um pais muito católico, onde cerca de 40% da população é praticante, falam na mobilização da igreja e nas ameaças de excomunhão para quem votar sim, falam no facto de, a par da Irlanda, Polónia e Malta, na UE, termos uma das leis mais restritivas e de que há já quarenta anos que a lei permite o aborto, por exemplo em França, falam da incoerência desta mesma lei não ser aplicada, falam dos julgamentos de Setúbal, falam das mulheres que morrem...


Alguns links onde o referendo em Portugal é notícia, dos quais destaco o do "Le Monde":
Le Monde, Le Figaro, L'Express, Le Temps

09 fevereiro 2007

07 fevereiro 2007

Sim, claro que SIM!!!

Apesar de, infelizmente, não poder votar, o meu apoio vai, obviamente, no sentido do SIM. Não vou aqui dissertar ou a explicar os fundamentos da minha posição, a meu ver, já estão mais que debatidos e esclarecidos e, mesmo longe, confesso, já estou saturado de ouvir falar do mesmo.
Aqui fica, no entanto, o link para o SIM NO REFERENDO, um excelente blog para os possíveis menos esclarecidos.
Resta-me torcer, à distância, para que o SIM ganhe...

05 fevereiro 2007

Beto Betuk lança segundo álbum

"Beto Betuk, o percussionista que acompanha actualmente Dulce Pontes, acaba de editar o segundo álbum em nome próprio, «Memórias da terra quente», onde conta com vozes convidadas, como Paulo de Carvalho, Sara Tavares, a gagela Uxia ou a brasileira Giovanna Moretti."
05 de Fevereiro 07 - Mário Dias com Mésicles Hélin

Notícia TSF, onde se pode ouvir a entrevista ao músico tomarense e o site de Beto Betuk para saber mais.

29 janeiro 2007

Genève . Janeiro, 24


Alguns dos momentos que ficaram do primeiro nevão

26 janeiro 2007

Que merda…

Tinha um assunto sobre o qual queria escrever, entretanto pus-me a fazer outra coisa (trabalhar) e esqueci-me do que era, mas a merda mesmo é que já sei que é sempre assim e, apesar disso, nada faço para o contrariar... que merda!!!

25 janeiro 2007

O desenrasca...

Recebi por mail esta história narrada pelo Nicolau Santos no Expresso online:
"Um cidadão português, que sempre desejou ter uma casa com vista para o Tejo, descobriu finalmente umas águas-furtadas algures numa das colinas de Lisboa que cumpria essa condição. No entanto, uma das assoalhadas não tinha janela. Falou então com um arquitecto amigo para que ele fizesse o projecto e o entregasse à câmara de Lisboa, para obter a respectiva autorização para a obra. O amigo dissuadiu-o logo: que demoraria bastantes meses ou mesmo anos a obter uma resposta e que, no final, ela seria negativa. No entanto, acrescentou, ele resolveria o problema. Assim, numa sexta-feira ao fim da tarde, uma equipa de pedreiros entrou na referida casa, abriu a janela, colocou os vidros e pintou a fachada. O arquitecto tirou então fotos do exterior, onde se via a nova janela e endereçou um pedido à CML, solicitando que fosse permitido ao proprietário fechar a dita cuja janela. Passado alguns meses, a resposta chegou e era avassaladora: invocando um extenso número de artigos dos mais diversos códigos, os serviços da câmara davam um rotundo não à pretensão do proprietário de fechar a dita cuja janela. E assim, o dono da casa não só ganhou uma janela nova, como ficou com toda a argumentação jurídica para rebater alguém que, algum dia, se atreva a vir dizer-lhe que tem de fechar a janela!"

24 janeiro 2007

Caído dos céus

Sim, literalmente caído dos céus, ontem, ao principio da tarde, o primeiro nevão da época em Genève. Neve que caíu até às primeiras horas da manhã de hoje deixando a cidade coberta de um enorme e espeço manto branco.

Nada de anormal para os indiferentes aborígenes, para quem já vem com atraso, a insolente, no entanto para quem viu nevar meia dezena de vezes não deixa de ser qualquer coisa de fantástico.

23 janeiro 2007

"no comments"

Acabei de ouvir no serviço de trânsito da TSF que andam três vacas à solta na A1 na zona de Torres Novas. A Brisa já vai a caminho com “os meios necessários”.


E imagino-me a passar a 120 Km/h por três malhadinhas, que calmamente pastam de pescoço debruçado por cima do separador de cauda a enxotar moscas...

22 janeiro 2007

Projectos de arquitectura só para arquitectos no prazo de cinco anos

Lisboa, 18 Jan (Lusa)
O Governo aprovou hoje uma proposta de revisão do regime sobre a qualificação exigível em obras, prevendo que, após um período de transição de cinco anos, a elaboração de projectos de arquitectura seja apenas da responsabilidade de arquitectos.
Em conferência de imprensa, o ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Mário Lino, afirmou que a proposta do Governo, que terá ainda de ser aprovada na Assembleia da República, "já teve em linha de conta as posições das ordens dos Arquitectos, Engenheiros e dos representantes dos agentes técnicos".
Pela lei ainda em vigor, que data de 1973, alguns agentes técnicos podem assinar projectos de arquitectura - facto que tem sido contestado pela Ordem dos Arquitectos e que já motivou a aprovação de uma petição popular na Assembleia da República a exigir novas regras.
De acordo com Mário Lino, após a aprovação do diploma na Assembleia da República haverá um período de transição de cinco anos para aplicação das novas regras de qualificação em termos de responsabilidade de obras.
"Trata-se de um período razoável de adaptação", disse o membro do Governo, adiantando que as novas regras abrangerão as obras públicas e as "privadas com inserção urbanística".
Além do caso da arquitectura, a proposta prevê que os projectos de engenharia sejam apenas assinados por engenheiros e engenheiros técnicos e que os projectos de espaços exteriores sejam somente da responsabilidade dos arquitectos paisagistas.
O diploma impõe também a exigência de qualificação em outros sectores de actividade na esfera das operações urbanísticas, casos das funções de coordenação do projecto, de fiscalização e de direcção de obra.
Na elaboração do projecto, segundo o Governo, terá de se verificar "a existência efectiva de uma equipa de projecto, a quem incumbe elaborar todas as peças escritas e desenhadas, actuando sob orientação de um coordenador de projecto".
"Este diploma é uma peça central do edifício legislativo para a modernização do sector da construção", sustentou Mário Lino no final da reunião do Conselho de Ministros.
Neste contexto, o ministro salientou que a principal meta política do Governo é tornar o sector da construção "mais transparente e competitivo, com melhor qualidade e com maior responsabilização dos seus agentes".
PMF
Lusa/fim

11 janeiro 2007

Olá!!

Já lá vai quase um mês que não escrevo... agora nem sei bem por onde começar…
talvez começar por dizer que bicho do post anterior, para quem não saiba, é uma preguiça, uma preguiça que me atacou a vontade de escrever... acho que deve ter ido embora e a vontade parece que voltou.
A quem aqui venha, mesmo que por engano, desejo um grande 2007, que ainda vou bem a tempo.

22 novembro 2006

Bom fim-de-semana

Istambul, Turquia

Péssima imagem, pra semana trago melhores... ;)

Agradável Surpresa

A ver em directo na TSR2: INTER-MILÃO - SPORTING
pena não estar a correr pelo melhor...

21 novembro 2006

Ver para querer...

Com as voltas que isto já deu, avanços e recuos, misturado com mudanças e quedas de governos, petições e abaixo-assinados, etc, etc, etc... que já não tenho coragem para ficar optimista, ver para querer!!

"Projectos de arquitectura vão ser assinados apenas por arquitectos


A presidente da Ordem dos Arquitectos, Helena Roseta, disse ter sido informada oficialmente de que o Governo pretende acabar com "a disposição obsoleta" que permite a assinatura de projectos de arquitectura por outros profissionais.


"Ficará definido o que fazem os arquitectos, os engenheiros de construção civil e outros técnicos. É um bom princípio, com o qual nos congratulamos e que vem ao encontro de uma antiga reivindicação da Ordem dos Arquitectos", disse Helena Roseta.

A responsável refere que recebeu do presidente do Instituto dos Mercados de Obras Públicas e Particulares e do Imobiliário, Ponces de Leão, "uma nova versão da proposta de revisão do decreto 73/73", elaborada após audição de todos os intervenientes e sob coordenação do secretário de Estado das Obras Públicas, Paulo Campos.

"A Ordem dos Arquitectos congratula-se com o facto de esta nova versão ter rejeitado a hipótese, prevista em versão anterior, de entregar a não arquitectos a possibilidade de realização de projectos de arquitectura, para edifícios com áreas inferiores a 400 metros quadrados".

"No futuro, todos os projectos de arquitectura terão de ser feitos e assinados exclusivamente por arquitectos", realçou Helena Roseta."

in Público

09 novembro 2006

nov.11.1989

E assim foi há 17 anos.
Há outros ainda de pé mas, com o tempo, todos virão abaixo!!

07 novembro 2006

Citações

Algumas citações do Citador, em cima na coluna da direita desta página, que fui coleccionando por me terem suscitado alguma interesse:

"A diferença entre filósofos e não-filósofos é que os primeiros sabem que o são, e talvez passem demasiado tempo a sê-lo, e os outros nem sempre sabem que têm um filósofo em si. (...) As pessoas que o descobrem ficam mais ricas. É a busca permanente de respostas para as questões que nos vamos colocando na vida. E não há dúvida de que isso ajuda as pessoas."

Marinoff, Lou, Notícias Magazine (DN), em 2006.10.22


"Não tem sentido que se condicione a avaliação do carácter de uma pessoa à homo ou à heterossexualidade. Se alguém imagina outras pessoas como objectos descartáveis (submetidas - como marionetas - ao desejo sexual, e se esse desejo domina todos os seus actos) então - independentemente de ser homo ou heterossexual, trolha ou erudito - é má pessoa."

Sá, Eduardo, Notícias Magazine (DN), em 2006.10.15


"Toda a oposição é crítica porque toda a governação é criticável. E este amável princípio estende-se à ideia de que o Governo aprende com a crítica e a oposição com a governação. Mas, para ter resultados práticos, esta encenação teórica pressupõe que ambas as partes estejam genericamente de boa-fé e que a sua conduta seja minimamente adequada ao seu propósito."

Brederode Santos, Nuno, Diário de Notícias, em 2006.09.10


"O ser humano tem naturalmente a necessidade de entregar a sua existência a um ideal. A vida é para ser dada. Esta ânsia humana por algo maior que si próprio é tão natural como ter fome ou frio. Somos um ser insatisfeito, imperfeito, que busca sempre a felicidade e a regra do bem e do mal. Para a esmagadora maioria, há milénios que esse desejo se realiza na religião. A procura do sentido último supõe uma resposta. A perplexidade da humanidade supõe a existência da divindade."

César das Neves, João, Diário de Notícias, em 2006.09.05


"No sorriso de uma pessoa que sabe que está a mentir há certos grupos de músculos do rosto que não são activados. Só ganham vida com a expressão de um sentimento verdadeiro. O sorriso de um mentiroso é defeituoso, insuficiente. (...) A primeira e melhor medida inconsciente de um mentiroso compulsivo é convencer-se de que é sincero. E, quando é sincero, toda a fraude desaparece."

Jorge Silva, Vicente, Diário de Notícias, em 2006.08.30


"A prosperidade e a liberdade aumentaram a ambição. Hoje é opressão não ver a telenovela ou perder o subsídio. Agora considera-se pobreza estar privado da Internet ou do rastreio de doenças profissionais. Assim, vivendo melhor do que podiam imaginar os antigos, sentimo-nos mais triste que eles. Descobriu-se que a opressão é relativa: ter menos que os próximos, mesmo na abundância, é indigência."

César das Neves, João, Diário de Notícias, em 2006.06.12


"A arrogância é uma característica que, durante algum tempo, pode ser confundida com determinação. Com o passar do tempo, transforma-se em algo demasiado abrasivo para ser tolerado."

Cândido da Silva, João, Público, em 2006.05.13


"O poder é como o cinema: tem de criar ilusões. A sétima arte procura criar fins felizes. Os Governos tentam forjar vitórias eleitorais. Hoje pergunta-se com alguma ironia: os executivos buscam um final radioso para eles ou para o país que governam?"

Sobral, Fernando, Jornal de Negócios, em 2006.07.12


"Ter convicções é muito mais forte do que ter certezas."

Costa Félix, Maria José, Xis (Público), em 2006.04.15


"Nada como um inimigo, de preferência desleal. Perverso é o inimigo leal, que, além de tudo, nos priva da hipótese de ira santa. Inimigo bom é inimigo mau."

Negreiros, Mário, Jornal de Negócios, em 2006.06.27

03 novembro 2006

1 ano

E, assim, começou há um ano, o "É… diz que sim!!"
Hoje, assim como então, apesar de nem sempre ter tempo, predisposição ou mesmo vontade, persiste o mesmo desejo de escrever. Escrever de forma leve, desprendida e despretensiosa sobre questões quotidianas e tão diversas como politica, futebol, sociedade, arquitectura ou mesmo relaxadas baboseiras, umas vezes porque me apetece rir e outras só mesmo para dizer que o blogue ainda mexe.
Ficam, ainda assim, imensos assuntos que sobre os quais gostaria de falar, coisas que me tocam e me suscitam a vontade de falar e debater ou simplesmente porque pretendo dar a conhecer o meu ponto de vista, criticando, satirizando ou mesmo atacando, mas também aplaudindo, elogiando e enaltecendo. Por vezes, com vontade de discutir sobre algum tema, tenho tentado “picar” alguns amigos que por aqui vão passando, por vezes consigo, outras nem por isso; ficam para uma próxima oportunidade.
Com cerca de dez visitantes por dia e perto de um post a cada dois dias, o "É… diz que sim!!", é um blogue “de trazer por casa” com que me vou divertindo, passando algum tempo e convivendo (porque não?) com quem, como eu, também partilha um pouco de si.

È… diz que sim!!

01 novembro 2006

1 de Novembro

Hoje, o que me faz mesmo falta é a água-pé, os bolos secos, as passas, a água-pé, as nozes, as castanhas, a água-pé e, claro, a água-pé!!
Mas não, só mais um dia de trabalho...

31 outubro 2006

Pelo Sim #1

"Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras dez semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?"

Obviamente que sim!!

25 outubro 2006

Cheias em Tomar / Memórias

Apesar de todos os prejuízos, danos e transtornos causados por esta “catástrofe natural” tenho pena de, mais uma vez, ter perdido o galgar do Nabão para fora das margens.
Talvez por me ter divertido imenso da última vez que presenciei um momento destes, em 1989, tinha então 9 anos, e passei um dia extraordinário; água por todo o lado, patos onde deviam andar carros, carros onde deviam andar patos, caçar peixes nos passeios, atravessar vezes sem conta de um lado para o outro do rio (estuário) na pá de uma retro-escavadora, enfim, um verdadeiro parque aquático...

Um num milhão

Foto: EPA/NNP

24 outubro 2006

Armadilhas das pesquisas

À conta do penúltimo post, acerca do Dente Podre, alguém veio parar a este blogue através de uma pesquisa no Google pela frase "foto de dente podre", nada de estranho à partida, até que reparei que é o primeiro resultado da pesquisa. Que me desculpem os dentistas...

23 outubro 2006

"Como construir a sua moradia sem ter que aturar um arquitecto"

De Rui de Campos, escrito para o Diário de Notícias da Madeira, secção Arquitectura e Território

Quantas pessoas, quando chega o momento de construir a moradia com que sempre sonharam, não passam pela aflição de perguntar a si próprias: será que vou ter de aturar um arquitecto?Neste pequeno artigo, tentarei explicar como construir uma nova casa, sem se sujeitar às exigências de um desses profissionais. Para que o empreendimento seja levado a cabo com êxito há que fazer três importantes escolhas: estilo, técnico e empreiteiro.O estiloEis-nos perante a primeira decisão a tomar - o estilo da casa. Felizmente não é difícil porque existem apenas dois: o tradicional (também conhecido por rústico) e o moderno, que vem colhendo cada vez mais adeptos entre os jovens.O tradicional caracteriza-se pelo típico telhado de aba e canudo, a janela de alumínio aos quadradinhos, a lareira de cantaria com a sua chaminé e o imprescindível barbecu, testemunho dos inumeráveis prazeres da vida rústica. Já o moderno é completamente diferente, tão diferente que até as coisas mudam de nome. O telhado desaparece, dando lugar à cobertura plana; a janela perde os quadradinhos e passa a chamar-se vão; à chaminé, em tubo de aço inoxidavel, chama-se fuga; e barbecu é um termo obsceno que deve ser evitado na presença das senhoras.Não existem, pois, quaisquer espécie de dúvidas quanto a questões de estilo - ou se é tradicional ou se é moderno, as duas coisas ao mesmo tempo é impossível. O técnicoEscolhido o estilo, há que escolher o alfaiate, que aqui designaremos pelo técnico. Trata-se de uma escolha muito fácil, porque o que não falta são técnicos. Intitulem-se eles construtores civis diplomados, agentes técnicos de engenharia, electricistas habilitados ou desenhadores habilidosos, todos se regem pela mesma cartilha, a de João de Deus: o pinto pia, a pipa pinga... Não passaram cinco anos a estudar arquitectura? Não estagiaram mais dois? Que importa isso? Concentremo-nos apenas nas suas virtudes:1- Projecto elaborado em tempo recorde.2- Preço: 999 .Mas como conseguem eles ser tão eficazes? É simples: antes de encomendado, o projecto já está feito. Até parece milagre! Mas não é, o que se passa é o seguinte: o técnico tem duas pastas no computador, uma para projectos em estilo tradicional, outra para os modernos. Escolhido o estilo pelo cliente, é fácil, emenda daqui, remenda de acolá e, numa tarde, o projecto está feito! Para quê complicar?Mas o rapaz parecia semi-analfabeto, disse que não podia assinar o projecto, mas que havia outro técnico que podia.... Não é caso para preocupações, trata-se de uma situação corrente em que um técnico analfabeto paga a um técnico habilitado para que este, a troco de uns trocos, assine de cruz. Está tudo incluído no pacote e, (ironia do destino!), quantas vezes o técnico habilitado não é um arquitecto daqueles que faltaram às aulas de religião e moral...Aprovado o projecto, o técnico já não é preciso para nada. É dizer-lhe adeus que ele até agradece, porque de obra não percebe nada nem quer perceber, quem percebe disso é o empreiteiro a nossa terceira e última escolha.O empreiteiroO primeiro encontro entre cliente e empreiteiro costuma ser decisivo. É nele que terá de se estabelecer, entre o primeiro e o segundo, uma relação de confiança cega, em tudo semelhante à fé. A fé de quem acredita que, com um projecto feito por um técnico, que não especifica nada, que não pormenoriza nada e que não quantifica nada, não vai ser enganado por um homem que passa o dia a fazer contas de cabeça... Entre cinco pequenos empreiteiros, como escolher o indicado para construir a moradia? Infelizmente, chegados a este ponto, não posso recomendar senão fé, muita fé e confiança, porque tudo o resto é irrelevante:1- O valor do orçamento é irrelevante, foi feito com base no projecto do tal técnico, é um número atirado para o ar, um número que, com os imprevistos, há-de subir ainda umas quantas vezes.2- O prazo estabelecido para concluir a obra vai depender do bom ou mau tempo e, nesse capítulo, só Deus sabe.3- As garantias dadas são as que estão na lei - cinco anos. Se a casa apresentar defeitos, reclame; se a reclamação não for atendida, recorra ao tribunal (também pode recorrer ao pai natal se achar que demora menos tempo...)Em suma, não vale a pena perder tempo com ninharias, o mais importante é ter fé.ConclusãoSe, apesar de conscienciosamente feitas estas três escolhas, as coisas não correrem lá muito bem, se a casa ficar pelo dobro do preço, se no Verão se assar lá dentro e no Inverno se tiritar de frio, se para abrir a porta do armário for preciso arrastar a mesa de cabeceira, se o vizinho protestar com o barbecu, se a cobertura plana meter água, não vale a pena desesperar, resta sempre a consolação de não ter tido de aturar um arquitecto.

Rui Campos Matos, arquitecto

Texto retirado do RandomBlog02

20 outubro 2006

Dente Podre

Nada é paralelo...
... nada é perpendicular...
... nada é vertical, horizontal ou simplesmente direito!!
Eis, como por aqui se apelida, um Dente Podre!
Um beco de 18 metros quadrados, entre duas moradias, que um vendeu ao outro. Este, o outro, expande-se, assim, para este espaço.
E eis quando o arquitecto, de bata branca e broca na mão, assume o papel de dentista ainda que não para "desvitalizar" o dente mas para retirar o podre revitalizando o espaço morto.

19 outubro 2006

17 outubro 2006

Um conselho a todos

Leiam mais livros e menos blogs.

Poupem, contudo, alguns; como o que dá tais conselhos.

13 outubro 2006

Há dias assim…

...dias de nada e de tudo, dias em que nada apetece e tudo se quer, dias em que o tédio emana das entranhas, dias em que os ponteiros não o são, dias que tardam a noite, dias que parecem não o ser... dias doentes, chatos, secantes, sonolentos, sombrios, cinzentos, vazios, tristes, pálidos, amorfos, aborrecidos, rotineiros, looooongos...